Espetáculos em repertório

Atriz: Erika Rettl

A BUSCA

Data de estreia: 2018

A peça A BUSCA enfatiza a importância da presença do feminino para o equilíbrio da vida, revelando as diferentes facetas do divino, animal e humano presentes em nós. Através do texto dramatúrgico e dos estímulos sensoriais explorados em cena, a obra convida o espectador a se conectar com sua natureza íntima e refletir sobre a qualidade das relações que estabelecemos com o mundo ao nosso redor e o que é essencial na vida.

A estrutura cênica e a linguagem da máscara teatral transportam o público para uma dimensão atemporal e transcendental a natureza física, permitindo vivenciar a experiência mítica da personagem em um espaço ritual. 

Essa abordagem evidencia a percepção ancestral da qual todos carregam em essência, a de que somos todos parte integrantes da Natureza.


A BUSCA versão bilingue - LIBRAS e português

O espetáculo A BUSCA, na sua versão bilingue: LIBRAS e português, tem como objetivo oferecer uma experiência cultural acessível e de qualidade para a comunidade surda, através da participação de um ator intérprete de LIBRAS em cena. 

Atores: Jhonathas Narciso e Erika Rettl

Dessa forma, o espetáculo contribui com novas possibilidades de acessibilidade cultural para a comunidade surda, garantindo que a mensagem artística seja compreendida por todos os espectadores. 

Data de estreia online: 2021

Data da estreia presencial: 2022


Reprodução da crítica do espetáculo: 

'A Busca' faz reflexão conceitual e universal a partir de linguagem simbólica

Data da publicação: 14 de outubro de 2018

Fonte: RIO ENCENA - Site de notícias e entretenimento especializado no circuito de teatro do Rio de Janeiro

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Em cartaz no Teatro Serrador, na Cinelândia, "A Busca" é reflexão antropológica do Grupo Moitará, que joga luz também sobre semiologia no teatro e na vida. Bonito e relativamente curto, o espetáculo consegue contrabalançar hermetismo.

O Grupo Moitará realiza, há 30 anos, um trabalho contínuo e profundo sobre a máscara teatral e a arte do ator. Como todo processo de pesquisa e investigação, o foco não é um produto final, e sim o aperfeiçoamento da linguagem e de algumas reflexões. Assim, é importante ter em mente que tanto a peça quanto esta crítica não enfocam especificamente a montagem, mas sim possíveis contribuições de suas proposições. A principal delas diz respeito ao feminino como força motriz, ou pelo menos como uma força presente, nos mais diferentes contextos.

Nada mais atual: estamos em uma época (no mundo, mas particularmente no Brasil) que coloca em cheque definições de masculino e feminino e suas relações com os conceitos de homem e mulher. A peça é muito feliz em sua abordagem, pois consegue discernir aspectos femininos (cuidar, por exemplo, certo tipo de "maternidade") de papeis femininos (servir chá às "visitas"), e ambos do sexo biológico (mulher). Nesta investida, a máscara possui um simbolismo fundamental, não só por seu caráter arquetípico, mas também pelo ato de retirá-la, em cena, e revelar uma atriz, Erika Rettl. 

Assim como o uso da máscara, também a cenografia é muito simbólica na ambientação de um "lugar nenhum", ou de um "qualquer lugar", sem abrir mão da beleza e de certas convenções sociais e teatrais. Uma delas é a tonalidade neutra (crua, bege), que sugere um local inóspito (e assim, automaticamente, realça a figura feminina que ocupa o palco); outra é a composição do espaço cênico em nichos, que não só permite diversas interações como abriga inúmeros indícios de lugares e tempos indefinidos. 

Mesmo conseguindo comungar forma e conteúdo (isto é, uma cena que condiz com o texto), "A Busca" possui uma narrativa difícil de ser acompanhada, pois exige do espectador um raciocínio puramente conceitual ao qual não estamos acostumados. Não obstante, a beleza da universalidade (temporal, espacial, cultural…) do espetáculo e o compromisso do Grupo Moitará com a potência fabular da linguagem teatral fazem a complexidade valer a pena.

Um abraço e até domingo que vem!

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